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Legado Roubado (ou história mítica)? Os gregos roubaram a filosofia dos egípcios? (Mary Lefkowitz)

Skeptic, Vol. 2, No. 4, 1994, pp 98-103 Traduzido daqui       Frederick Arthur Bridgman,      A procissão do touro sagrado Anúbis  Desde sua publicação em 1954, Stolen Legacy , de George G. M. James, tem sido um best-seller entre povos de ascendência africana neste país. James foi um professor afro-americano de grego, cujos outros escritos tratam explicitamente de questões raciais. Stolen Legacy também trata do status dos negros, mas na história antiga, e não nos tempos modernos. A mensagem do livro é sensacionalista e revolucionária: "Os gregos não foram os autores da filosofia grega, e sim o povo negro do norte da África, os egípcios" (p. 158). Esta tese explica "a opinião mundial equivocada de que o continente africano não contribuiu para a civilização, e que seu povo é naturalmente atrasado", "a deturpação que se tornou a base do preconceito racial, que afetou todas as pessoas negras." Em vez disso, James oferece uma "Nova Filosofia da Redenção p...

Leia o Stone Butch Blues, da Leslie Feinberg!

Terminei ontem. É lindo.  A Leslie Feinberg tinha umas posições políticas complicadas*, e isso ajudou até a enriquecer o livro, porque isso aqui é um exemplo de realismo socialista, o melhor que eu já vi, junto com Capitães de Areia. É o primeiro livro dela, mas ela raramente força a mão e não cai na tentação de dar um final feliz.  Descrição linda dos bares dos anos 60, com a cultura de butch e femme (que aqui no Brasil foi bem mais rara), o trabalho como operária e o sindicalismo, depois a crise de 73 que tem consequências pessoais pesadas. Conta a história da transição de gênero de uma forma muito honesta, inclusive a destransição, que hoje eu tenho certeza que não seria mais aceita pra publicação. A parte antes da Jess ir pra Nova Iorque é poesia pura, uma das melhores descrições da solidão que eu vi na literatura. Uma obra prima mesmo, que dá pra comparar com o Jean Genet, pra pegar outro escritor que escreveu sobre a experiência de ser homossexual. Ela se definia como lé...

To fight pension cuts, we need an alternative society project

A Rethinking Economics publicou esse meu post em inglês no blog deles. Para ler, é só clicar na imagem 

Previdência pública, redistribuição de renda na classe trabalhadora, limites estruturais

  Nós temos visto nas últimas décadas, na hegemonia neoliberal, uma série de lutas defensivas contra cortes na previdência pública. São lutas importantes, mas colocam uma questão: quais são os limites da previdência pública, e da redistribuição de bens e serviços na sociedade?  Numa sociedade capitalista, existem três formas de custeio do sistema de aposentadoria: o primeiro é através de contribuições patronais e dos empregados, num regime de repartição. A segunda é uma forma de repartição em que o custeio é feito diretamente pelo Estado através dos impostos - que, no final, são deduções das rendas dos trabalhadores e dos empresários. A terceira é o sistema de capitalização através de contas individuais. As formas de repartição no capitalismo também precisam cobrir as perdas de arrecadação por desemprego e, principalmente, pela informalidade, como é o caso do Brasil. Mas independente do sistema econômico, o aumento crescente da expectativa de vida da população impõe a necessid...

O meu RPG Tempo do Fim!

É um RPG de ação, suspense e terror, usando o sistema 2d6, e que se passa nos eventos descritos no livro do Apocalipse. Os personagens são pessoas normais tentando entender o que está acontecendo e sobreviver. É só clicar na imagem 

Um conto meu de space opera, na Revista Literatura Fantástica!

  Clica aí  (Não sumi não, tô sobrecarregado com algumas questões profissionais e tô escrevendo um negócio aí que é surpresa)

Etnografia e relativismo (Maxime Rodinson)

O Christophe Darmangeat chamou atenção, no site dele, sobre dois textos que o Maxime Rodinson publicou em La Nouvelle Critique, que era a revista teórica do PCF nos anos 50 . Eu gosto muito do Rodinson, que é o maior especialista em Islã no marxismo e que deu contribuições interessantes sobre a questão judaica, então traduzi esse texto.  ETNOGRAFIA E RELATIVISMO Muitas vezes, não se compreende nossa obstinação em lutar contra ideologias, teses que parecem aparentemente inofensivas e, em todo caso, distantes da luta de classes prática, da luta pela independência nacional, pela paz e pela liberdade, que consideramos primordiais. Isso ocorre porque o caminho é muitas vezes longo, desde as ideias até suas consequências práticas, e poucos o percorrem em espírito até o fim. Pensamos que tal ideia leva logicamente à justificação de tal e tal atitude prejudicial. Aqueles que a professam provavelmente param no meio do caminho, um quarto ou oitavo do caminho; mas as ideias são inexoráveis......